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Copom faz novo aperto e eleva juros para 13,75%

Fonte: Correio Braziliense
Edna Simão Falta de unanimidade na definição da taxa Selic sinaliza que BC deve se tornar mais flexível e reduzir ritmo de alta nas próximas reuniões Dividido, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou ontem a taxa básica de juros em 0,75 ponto percentual, de 13% para 13,75% ao ano, retornando ao patamar de outubro de 2006. Foi a quarta alta consecutiva. A falta de unanimidade da diretoria do BC — cinco votos a favor e três pela alta de 0,5 ponto percentual — sinaliza que o Copom deve diminuir o ritmo de alta dos juros já na reunião de outubro. A última vez em que não houve consenso de votação foi em 18 de julho de 2007. O aumento da Selic tem como objetivo desacelerar a economia brasileira, que no segundo trimestre cresceu 6,1% em relação ao mesmo período de 2007, e conseqüentemente evitar a disparada dos preços. Após três horas de reunião, a autoridade monetária divulgou uma nota informando que o aperto nos juros visa “promover tempestivamente a convergência da inflação para a trajetória de metas”. A decisão, que não causou surpresas ao mercado financeiro, foi bastante criticada pelo setor produtivo e pelos trabalhadores. O economista-chefe da Concórdia Corretora, Elson Teles, afirmou que elevação foi necessária para mostrar o comprometimento com a convergência da inflação para o centro da meta de 4,5% em 2009. “De todo modo, a decisão bastante apertada sinaliza que o Copom já possa voltar para o ritmo de alta de 0,5 pp na próxima reunião”, disse Teles. O economista Yoshiaki Nakano, no entanto, considerou um exagero. “Poucos BCs no mundo estão reagindo dessa forma porque a inflação é de fora”, frisou. Os representantes do setor produtivo e dos trabalhadores concordam com Nakano. O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, alegou que o BC persiste no erro e ameaça o crescimento. Já Armando Monteiro Neto, da Confederação Nacional da Indústria, ressaltou que a alta foi excessiva e confirma que o governo precisa aprofundar o ajuste fiscal para ajudar o BC no combate à inflação. O presidente da Federação do Comércio do Estado de São Paulo, Abram Szajman, considerou injustificável a continuidade do aperto monetário porque os preços já começaram a ceder. Segundo o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira, o Paulinho, os argumentos para justificar a decisão são “estapafúrdios”. Já o presidente da CUT, Artur Henrique, disse que “não deixa de ser irônico que o crescimento do PIB não tenha trazido consigo uma explosão inflacionária, contrariando o discurso do BC.” Bovespa reage ao pessimismo Guiada por Vale, Petrobras e siderúrgicas, a Bovespa teve um pregão de recuperação ontem, que, entretanto, nem de longe apagou a perda de 4,5% da terça-feira. Mas a alta foi firme e chegou a 2,47%, a maior desde os 3,24% do dia 20 de agosto. A sessão foi muito volátil, com o Ibovespa oscilando mais de 2,3 mil pontos entre a máxima e a mínima pontuações. Em setembro, as perdas diminuíram a 10,86% e, no ano, a 22,31%. O dólar ficou em R$ 1,783, com alta de 0,73% — maior preço desde 25 de janeiro deste ano, quando havia fechado em R$ 1,7870. A indicação é que a trégua das commodities, a recuperação de Wall Street e os preços baratos dos papéis domésticos trouxeram investidores de volta às compras. Houve registro de estrangeiros. As compras aconteceram principalmente na Vale, Petrobras e no setor siderúrgico. Em Wall Street, os índices também sustentaram-se em terreno positivo, ajudados pelo plano do Lehman Brothers para reforçar suas finanças.
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