Notícias

Abre-se uma janela para a elevação do salário real no Brasil

Essa informação é coerente com a maior taxa de crescimento do PIB desde 1986.

Autor: Sérgio MendonçaFonte: Estadão

O ano de 2010 terminou batendo recorde na criação de empregos com carteira assinada desde a criação da série do Caged, em 1992. A Rais, a ser divulgada nos próximos meses, deve confirmar este recorde. Essa informação é coerente com a maior taxa de crescimento do PIB desde 1986. Os números eram esperados e podem ser comemorados, pois este ritmo de expansão do emprego tem contribuído para a contínua queda da taxa de desemprego nos últimos anos.

A elasticidade produto-emprego tem se mantido bastante alta nos últimos anos, próxima de 0,5. Ou seja, com a economia crescendo à velocidade de 8% ao ano, a ocupação tem crescido em torno de 4%, absorvendo todo o ingresso de novos trabalhadores no mercado de trabalho.

Esse resultado também expressa a equilibrada criação de empregos nos grandes setores econômicos, incluindo a recuperação do emprego industrial após a crise. Agricultura, comércio, serviços, construção civil e administração pública, todos esses setores têm contribuído com saldos positivos para a expansão do emprego. E também indica uma dinâmica de crescimento apoiada no mercado interno, a partir da expansão do consumo doméstico e da taxa de investimento.

O que esperar de 2011 no mercado de trabalho?

Há um razoável consenso de instituições e analistas que o ritmo de crescimento vai desacelerar para uma taxa em torno de 5% neste ano. Mantida a elasticidade próxima de 0,5, pode-se imaginar uma expansão do nível de emprego em torno de 2/2,5%. Algo entre 2 milhões e 2,5 milhões de empregos. Um número muito positivo, uma vez que as mudanças demográficas apontam para um crescimento da População Economicamente Ativa (PEA) abaixo de 2% nos próximos anos.

Assim, se forem criados entre 2 milhões e 2,5 milhões de empregos (2/2,5%) em 2011, é razoável supor que a taxa de desemprego continue a baixar. Se o desemprego continuar a cair, os desafios crescem de importância na dimensão salarial. Ainda somos um país de salários baixos, apesar da recuperação observada em 2010. A participação dos salários na renda nacional no Brasil ainda expressa uma péssima distribuição de renda. A combinação de expansão do emprego, redução da oferta de trabalho e queda do desemprego abre uma janela para a elevação do salário real neste e nos próximos anos.

E esta janela será tão mais possível se a trajetória do desenvolvimento fortalecer os setores que produzem bens e serviços de maior valor agregado, capazes de elevar a produtividade e o nível de salários no País.

voltar

Links Úteis

Indicadores diários

Compra Venda
Dólar Americano/Real Brasileiro 5.7947 5.7965
Euro/Real Brasileiro 6.0976 6.1125
Atualizado em: 15/11/2024 12:56

Indicadores de inflação

08/2024 09/2024 10/2024
IGP-DI 0,12% 1,03% 1,54%
IGP-M 0,29% 0,62% 1,52%
INCC-DI 0,70% 0,58% 0,68%
INPC (IBGE) -0,14% 0,48% 0,61%
IPC (FIPE) 0,18% 0,18% 0,80%
IPC (FGV) -0,16% 0,63% 0,30%
IPCA (IBGE) -0,02% 0,44% 0,56%
IPCA-E (IBGE) 0,19% 0,13% 0,54%
IVAR (FGV) 1,93% 0,33% -0,89%