Notícias

Indústria agora projeta crescimento de 8%

Esse crescimento ficou acima dos 10,6% de 2008, quando a expansão da economia era sustentada simultaneamente pelos mercados interno e externo.

Autor: Luciana OtoniFonte: Valor EconômicoTags: industria

O faturamento da indústria aumentou 12,1% entre janeiro e abril deste ano em comparação com igual período de 2009. Esse crescimento ficou acima dos 10,6% de 2008, quando a expansão da economia era sustentada simultaneamente pelos mercados interno e externo. O forte avanço da receita, assentada sobre o dinamismo da demanda doméstica, fará a Confederação Nacional da Indústria (CNI) revisar a projeção anual de crescimento do setor para algo acima de 8% este ano, apesar da desaceleração registrada em abril.

O setor industrial, na comparação entre abril e março, teve retração de 4,9% na receita, de 3,4% nas horas trabalhadas, e ligeiro aumento de 0,1% no emprego, num indício de acomodação em relação ao mês anterior.

Enquanto os principais indicadores caíram em abril, a utilização da capacidade instalada, que atingiu 83%, ante 82,2% em março, mostrando o uso do parque fabril em níveis próximos ao recorde de 83,8% em fevereiro de 2008, no período pré-crise.

Já na análise do primeiro quadrimestre, os indicadores refletem uma recuperação do setor industrial em relação à perda de 5% em 2009, como, também, uma expansão sustentada no consumo interno. De janeiro a abril o setor industrial apurou, além da alta no faturamento, acréscimos de 7% nas horas trabalhadas na produção, de 3,3% no emprego, de 3,8% na massa salarial. Cresceram também o rendimento (0,6%) e o uso da capacidade instalada (3%).

Para a elevação do faturamento contribuíram o aumento das vendas e, também, o efeito-preço gerado a partir de reajustes dos preços industriais frente ao dinamismo do consumo.

Ao comentar o efeito-preço, o gerente-executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, disse que a pressão sobre a inflação não está partindo dos preços industriais, mas dos alimentos e dos serviços.

Castelo Branco comentou que o dado relevante do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, que segundo informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi de 9% em relação ao mesmo período do ano anterior, e de 2,7% em relação ao trimestre anterior, foi a evolução do investimento. Segundo ele, independentemente da taxa, o ideal seria obter crescimento sem altos e baixos. "O investimento crescendo de forma robusta e o consumo em acomodação são dados positivos. A indústria vai continuar em expansão, sem pressionar a inflação", afirmou. "O importante é que haja uma sintonia fina, moderação do Banco Central em relação aos juros, para não arrefecer o crescimento em si", disse.

Castelo Branco espera que o Comitê de Política Monetária (Copom) não sancione a alta de 0,75 ponto percentual na taxa Selic, hoje, conforme a média das apostas do mercado financeiro. Isso elevaria a Selic para 10,25% ao ano. Ele também quer que o ciclo de ajuste da Selic seja concluído no início do segundo semestre.(Colaborou Azelma Rodrigues)

voltar

Links Úteis

Indicadores diários

Compra Venda
Dólar Americano/Real Brasileiro 5.5098 5.511
Euro/Real Brasileiro 6.0312 6.0812
Atualizado em: 22/09/2024 18:27

Indicadores de inflação

06/2024 07/2024 08/2024
IGP-DI 0,50% 0,83% 0,12%
IGP-M 0,81% 0,61% 0,29%
INCC-DI 0,71% 0,72% 0,70%
INPC (IBGE) 0,25% 0,26% -0,14%
IPC (FIPE) 0,26% 0,06% 0,18%
IPC (FGV) 0,22% 0,54% -0,16%
IPCA (IBGE) 0,21% 0,38% -0,02%
IPCA-E (IBGE) 0,39% 0,30% 0,19%
IVAR (FGV) 0,61% -0,18% 1,93%