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As novas dimensões da inovação

O desenvolvimento de produtos é a mola propulsora da gestão da inovação, pois se configura como catalisador da criação do conhecimento

Autor: Marcelo CastilhoFonte: SEBRAE - Santa Catarina

A inovação tem sido amplamente reconhecida como o principal fator de competitividade que move a relação entre indivíduos, associações, organizações empresariais e até mesmo países e blocos econômicos. No âmbito empresarial, ela ocorre por meio da sistematização de iniciativas visando a vinculação entre estratégias de negócio e oportunidades latentes ou explícitas, estruturadas em torno da concepção e implementação de novos serviços, produtos ou processos.

No Brasil, segundo o Ipea, apenas 1.199 empresas, em uma população de mais de 72 mil ¿ ou seja, 1,7% ¿ podem ser consideradas como inovadoras e que diferenciam seus produtos. Dessa forma, é possível afirmar que a grande maioria das empresas brasileiras não tem consciência do processo de inovação e de sua importância.

Em Santa Catarina, a inovação tem sido historicamente um dos pilares da competitividade, evidenciado no setor industrial de Joinville e região. No entanto, é necessário criar uma cultura de inovação que potencialize os esforços dessas empresas.

O desenvolvimento de produtos é a mola propulsora da gestão da inovação, pois se configura como catalisador da criação do conhecimento. O design é um dos eixos do desenvolvimento de produto e pode ser considerado o principal elemento nos mecanismos de inovação. Podemos definir dois campos de percepção que expressam o senso comum sobre a importância do design: como impacto visual e como usabilidade.

Podemos expandir a definição de design como um processo de pensamento que relaciona demandas de áreas distintas ¿ muitas vezes conflitantes ¿ em produtos e serviços que levam em conta as necessidades humanas, entre elas, a necessidade artística. Podemos também compreender o design a partir das influências do branding e da tecnologia.

Há no Brasil uma crescente inserção do design nos nível estratégicos, conforme estudo recente patrocinado pela Programa Brasileiro de Design, vinculado ao Ministério do Desenvilvumento. No setor automotivo, por exemplo, 54% das empresas participantes na pesquisa colocam o design como atividade que é função chave na estratégia de produtos e mercados. Por outro lado, no de máquinas e equipamentos, 50% das empresas participantes percebem o design como atividade operacional, responsável pela aparência do produto após a conclusão dos estudos de engenharia.

O modelo proposto a seguir pretende impulsionar a discussão sobre os fatores que influenciam a gestão de inovação nesse novo ambiente, por meio da construção de relações entre áreas de conhecimento distintas e onde o design contribui como forma de pensamento criativo e integrador dessas áreas de conhecimento.

O modelo possui dois eixos: um vertical que configura as áreas de conhecimento e um horizontal, com seis passos que estruturam no tempo a formatação de processos de inovação em uma organização.Eles são: aliança política, mapeamento do processo atual, benchmarking, mapa de benefícios, redesign e formação de rede.

O modelo 6D, portanto, combina seis áreas de conhecimento e seis passos de implantação de de um processo de inovação, utilizando o design thinking como eixo integrador e criador.

Podemos, então, afirmar que o design pode assumir a liderança como integrador e criador de relações entre áreas de conhecimento, garantindo, assim, para as organizações, um importante papel na busca incessante por diferenciais competitivos.

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